ATA DA SESSÃO DE INSTALAÇÃO DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 23.01.1989.
Aos vinte e três dias do
mês de janeiro do ano de mil novecentos e oitenta e nove reuniu-se, na Sala de
Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua
Sessão de Instalação da Primeira Sessão Legislativa Extraordinária da Décima
Legislatura. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro
Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edilberto Morelli, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Flávio Koutzii, Gert Schinke, Giovani Gregol, Heriberto Back,
Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro
Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José,
Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha e
Wilson Santos. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Prefeito declarou
abertos os trabalhos e instalada a Primeira Sessão Legislativa Extraordinária
da Décima Legislatura e solicitou ao Ver. Artur Zanella que procedesse à
leitura de trecho da Bíblia. Do EXPEDIENTE constaram os Ofícios nºs
48, 50 e 57/89, do Sr. Prefeito Municipal. Após, o Sr. Secretário procedeu à
leitura do Edital referente a presente Convocação Extraordinária. A seguir,
constatada a existência de “quorum”, foi aprovado o Requerimento do Ver. Wilton
Araújo, solicitando Licença para Tratamento de Interesses Particulares no
período de vinte e três a trinta e um do corrente. Em continuidade, o Sr.
Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente Nereu D’Ávila, após ter
prestado compromisso legal, entregue declaração de bens e informado seu nome
parlamentar, comunicando que S. Exa. passaria a integrar a Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Luiz Braz
discorreu acerca de seu ingresso no PTB, ressaltando os motivos que o levaram a
assumir esse posicionamento e a importância do PTB dentro da história política
brasileira. Analisou a ideologia defendida por seu Partido, de defesa da classe
trabalhadora do País. O Ver. Dilamar Machado reportou-se ao pronunciamento do
Ver. Luiz Braz, acerca da importância histórica do PTB, declarando que
atualmente o Partido que usa essa legenda não é o mesmo PTB de antes do período
ditatorial mas, isso sim, um partido aliado às forças políticas de direita. E o
Ver. Artur Zanella saudou a formação da Bancada do PTB na Casa, comentando
pronunciamentos feitos pelos integrantes da mesma, quanto a questões referentes
ao Município, em especial, acerca do processo nº 2327/88. Disse estar
encaminhando Pedido de Informações sobre os “out-doors” de propaganda do PT
encontrados na Cidade. Durante os trabalhos, o Sr. Presidente respondeu Questões
de Ordem do Ver. Artur Zanella, acerca da tramitação dos processos constantes
da presente Convocação Extraordinária. Nada mais havendo a tratar, o Sr.
Presidente levantou os trabalhos às quatorze horas e trinta e oito minutos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora
regimental, e informando da realização, a seguir, na Sala da Presidência, de
reunião das Lideranças para deliberarem sobre a indicação dos componentes das
Comissões Especiais que examinarão os Projetos de Lei Complementar que constam
da respectiva convocação. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir
Fraga e Lauro Hagemann e secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann e
Adroaldo Correa. Do que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Sobre a mesa Ofício do Sr. Presidente
Municipal convocando extraordinariamente a Câmara, no período de 23 a 31 de
janeiro de 1989, que passo a ler. (Lê.)
“Of.
nº 050/GP - Paço dos Açorianos, 19 de janeiro de 1989.
Sr. Presidente:
Dirijo-me a Vossa Excelência para, com fundamento no inciso XII, do art. 64, da Lei Orgânica de Porto Alegre, convocar essa Egrégia Câmara Municipal para o período extraordinário de 23 a 31 de janeiro corrente, a fim de examinar as matérias relacionadas em anexo, para as quais há urgência na apreciação, e relevante interesse público.
Certo
da favorável acolhida dessa Colenda Casa, aproveito a oportunidade para
externar a Vossa Excelência e a seus Pares cordiais saudações.
(a) Olívio Dutra, Prefeito”
A matéria da convocação foi distribuída ao Plenário. Solicitamos aos Vereadores que mantenham em mãos os seus exemplares para as próximas reuniões.
A
Mesa submete à apreciação do Plenário o seguinte Requerimento: de autoria do
Ver. wilton Araújo, solicitando licença para tratar de assuntos particulares,
no período da Convocação Extraordinária. Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
face do licenciamento do Ver. Wilton Araújo, assumirá a Vereança, em
substituição, o Sr. Nereu D’Ávila, Suplente pelo PDT.
Solicito
aos Srs. Líderes de Bancada que conduzam, no Plenário, o Sr. Nereu D’Ávila.
(O Sr. Nereu D’Avila dá entrada ao Plenário.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito a V. Exª que entregue à Mesa o
seu Diploma de Vereador e a sua Declaração de Bens.
(É feita a entrega dos documentos solicitados.)
O SR. PRESIDENTE: Convido o Plenário e todos os presentes
para que assistam, de pé, o compromisso que S. Exª irá prestar neste momento.
O SR. NEREU D’ÁVILA: (Lê.)
“Prometo
cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, defender a autonomia
municipal e exercer com honra, lealdade e dedicação o mandato que me foi
conferido pelo povo.” (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Declaro empossado o Sr. Nereu D’Ávila no
cargo de Vereador e convido-o a tomar assento em sua Bancada. V. Exª integrará
a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação.
Dando
prosseguimento a nossa Sessão, os senhores receberam o espelho dos nossos
trabalhos, os dois primeiros Projetos que já se encontravam na Casa, nós
teremos que constituir Comissões. Então, esses dois Projetos, nós, após o
encerramento desta Sessão, convidamos os Líderes para que possamos conversar e
já receber as indicações de cada Líder, os companheiros de seus liderados para
comporem estas duas Comissões.
O Sr. Artur Zanella: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu até creio que essa Questão de Ordem pode ser respondida até com
o convite de V. Exª, porém, eu, no dia da discussão, da chegada do Projeto de
reunião das Lideranças, eu ouvia, já não lembro bem quem, dizer que, como o
Projeto já estava aqui na Casa, os prazos de Pauta estariam determinados.
Então, eu gostaria de saber de V. Exª como ficaria.
O SR. PRESIDENTE: Os dois Projetos são o IVV e o
intervivos. Esses dois nós vamos constituir duas Comissões, esses dois não
precisam de Pauta. Já foram cumpridas as Pautas. Os outros dois que nós vamos
de imediato encaminhar para a Auditoria da Casa, ela de imediato encaminha
retornando para a Mesa, e daí partiremos para a Pauta. Tudo indica que a partir
de amanhã vai correr Pauta dos dois Projetos, enquanto tramita paralelo com as
duas Comissões esses outros que não são necessários a Pauta. Mas isso nós vamos conversar e acertar agora
na reunião da Mesa com as Lideranças.
O Sr. Artur Zanella: Sr. Presidente, sem querer dialogar com a
Mesa, evidentemente, porque por similitude se não tiver Pauta também não há
Comissão, porque as Comissões já aprovaram isso aí também do IVV, eu creio que
seria prudente.
O SR. PRESIDENTE: Vou pedir para o Vereador Lauro ler o
art. 147.
O SR. LAURO HAGEMANN: O art. 147 do Regimento Interno diz,
textualmente, o seguinte: “As proposições não votadas até o fim da Sessão
Legislativa serão arquivadas, exceto as da competência da Comissão
Representativa ou de iniciativa do Executivo. Parágrafo único: na Sessão
Legislativa seguinte, somente a Requerimento de Vereador será desarquivada a
proposição, prosseguindo a sua tramitação, ouvidas, sempre, as comissões
competentes. As proposições do Executivo não são arquivadas, ao contrário das
proposições dos Vereadores, exceto as da competência da Comissão
Representativa, ou de iniciativa do Executivo.
O SR. PRESIDENTE: A informação da Auditoria é de que não se
pode eliminar ato da outra Câmara, que tem plena validade neste momento. Então,
estamos bem respaldados, e não há nenhum interesse de subterfúgios, tanto que,
de imediato, colocamos a palavra à disposição dos Srs. Vereadores. Logo em
seguida, encerraremos os trabalhos e, com as Lideranças, na Sala da
Presidência, receberemos as indicações para compormos as Comissões.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Líder do PTB, Ver. Luiz
Braz. Cinco minutos, sem apartes.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, criamos
há questão de um mês, ou um pouco menos do que isto, a Bancada do PTB aqui na
Câmara Municipal, a exemplo do que já havia acontecido na Assembléia
Legislativa onde o Dep. Sérgio Zambiasi também havia feito esta opção. Confesso
a V. Exas que foi uma atitude pensada, que foi uma
atitude amadurecida ao longo dos tempos, e quando foi tomada, foi tomada com a
consciência de que era necessário a rearticulação de um partido que até o ano
de 1964 foi aquele que maior importância teve para os trabalhadores e para as
camadas mais carentes, mais sofridas da nossa população. Reconhecemos que dentro
do campo do trabalhismo existem outros partidos que congregam em sua fileiras
representantes importantes, elementos de destaque que trabalham para que o
trabalhismo possa ser fortalecido, para que os trabalhadores possam ter uma
trincheira para defender os seus interesses. Mas esses partidos, que nós
reconhecemos as suas existências, são partidos que além do trabalhismo fazem
também a defesa de outras ideologias que não se afinam especificamente com a
linha trabalhista.
Por
isto que julgamos importante esta rearticulação do Partido Trabalhista
Brasileiro, com respeito à Bancada do PDT, a qual reconhecemos congregar dentro
dela vários trabalhistas; com respeito à própria Bancada do PMDB, Partido do
qual somos originários, mas do qual divergimos e divergimos bastante nos
últimos tempos. Também reconhecemos ali a existência de muitos trabalhistas;
trabalhistas importantes até dentro do próprio PT. Mas uma linha importante.
Queremos criar dentro do PTB uma linha ideológica, exclusivamente, trabalhista.
Um Partido que possa agrupar pessoas que estejam dispostas a trabalhar para
conquistar para os trabalhadores uma determinada igualdade com o restante da
sociedade. Igualdade esta que há muito tempo os trabalhadores perseguem, mas
que, infelizmente, não conquistaram. Principalmente aqueles trabalhadores que
são o objetivo mais direto do Partido Trabalhista Brasileiro. São aqueles
trabalhadores que estão situados nas camadas mais inferiores; aqueles
trabalhadores que recebem um salário miserável; aqueles trabalhadores que se
sentiram novamente traídos por um golpe que veio lá do Presidente José Sarney,
através deste pacote de verão; aqueles trabalhadores que há muito custo
conseguem sobreviver, fazendo com que, o seu trabalho, a elite de nossa
sociedade, possa tirar os maiores proveitos, mas que o fruto do seu trabalho
não retorna em benefício para eles próprios, a fim de que eles possam ter uma
vida um pouco melhor, para uma igualdade um pouco maior dentro da sociedade, e
para maiores oportunidades para os trabalhadores, que nós do PTB pretendemos
trabalhar.
Com
relação ao Governo Municipal, devo dizer que tudo aquilo que for de interesse
da Cidade, tudo aquilo que for para o crescimento e melhoria da Cidade, todos
os Projetos que vieram da área do Executivo, nós estaremos dispostos a apoiar,
como estaremos também divergindo e reprovando todos aqueles Projetos que, nós,
do PTB, entendermos não serem os projetos que vão trazer para a Cidade algum
tipo de benefício. Assim foi também, como agimos como Vice-Líder do PMDB. Assim
é que procedemos como Vereador dentro do PMDB, quando ocupamos uma
vice-liderança do PMDB e também como Vice-Presidente desta Casa.
E,
para encerrar, quero agradecer à Liderança do PMDB, aos Vereadores que integram
a Bancada do PMDB nesta Casa, porque, antes de sair do PMDB para esta nova
opção partidária, me foi oferecido, pelos Vereadores da Bancada do PMDB, a
liderança daquele Partido, aqui na Câmara Municipal, e eu apenas não pude
aceitar esta liderança, porque a atitude já havia sido tomada, mas não posso
deixar de agradecer a cada um dos meus amigos Vereadores do PMDB, na figura do
Ver. Clóvis Brum, e dizer que não divirjo deles no trabalho que eles têm dentro
da Casa, e nem dentro da comunidade, divirjo apenas das linhas que foram
estabelecidas pelo Partido nos últimos tempos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PDT, Ver. Dilamar
Machado.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que o
político neste País se eleja por uma legenda e que depois troque de partido é
até uma questão democrática e, atualmente, legalizada. Isto, no momento, está
na mão de qualquer político: a troca de partido, porque, num País atrasado como
o nosso, com a sociedade perturbada, trampeada, explorada secularmente, é mais
ou menos natural que o fisiologismo, às vezes, supere a ideologia. Mas que o
Ver. Luiz Braz venha, na tribuna da Câmara Municipal de Porto Alegre, dizer que
o PTB de hoje tenha qualquer coisa a ver com o nosso PTB de ontem é uma
heresia, politicamente. O Partido Trabalhista Brasileiro, que foi a grande
vítima da Revolução Militar de 1964, através da cassação de todas as suas
lideranças e do expurgo, da prisão, do assassinato, do exílio, e que, depois do
retorno de Brizola do exílio teve a sua sigla leiloada, vendida, vilipendiada,
através da figura nada saudosa da Srª Ivete Vargas, esse Partido de hoje, Ver.
Luiz Braz, que teve como líder regional o Sr. João de Deus, que também se
elegeu pela sigla do PDT e que vendeu o seu mandato na Câmara Federal em troca
de concessões de estações de rádio do Rio Grande do Sul, que aprovou 5 anos
para o Sarney, o PTB do Afonso Camargo, que nunca teve bandeira, que nunca teve
trincheira, não é o nosso velho PTB.
V.
Exª pode fazer, Ver. Luiz Braz, o maior esforço de retórica, pode passar os 4
anos de mandato nesta Casa tentando provar que está num Partido sério, um
Partido organizado, mas V. Exª sabe, porque é um homem inteligente, meu colega,
durante muitos anos, de estação de rádio, um homem vivido e que sabe das coisas:
o PTB de hoje não passa de um balcão, de um mercado de negócios, que tem as
figuras execráveis de Jânio Quadros e Afonso Camargo, como suas grandes
lideranças nacionais. Onde está o PTB
de hoje? Ao lado de classe trabalhadora, Vereador? Não, o PTB de hoje
senta na mesa do Sarney; o PTB de hoje está sob o braço de Antônio Carlos
Magalhães; o PTB de hoje não vai apoiar o Brizola, o PTB de hoje não vai apoiar
o Lula, o PTB de hoje está na extrema direita, Vereador.
Queira
Deus que V. Exª, ao lado do Ver. Edi Morelli, ao lado do Deputado Sérgio
Zambiazi e talvez de outros políticos deste Estado, possam aos poucos recompor,
o mínimo, um percentual mínimo do que foi o velho Partido Trabalhista
Brasileiro.
Saiba
V. Exª, que é um pouco mais jovem, que foi o PTB de Jango, o PTB de Getúlio
Vargas de Leonel Brizola, de Alberto Pasqualini, de João Caruso, de Sereno
Chaise, de tantos companheiros nossos, de Alceu Collares e de tantos que estão
por aí na luta política, e que construíram para a classe trabalhadora um
caminho aberto e que hoje tem consubstanciado conquistas, e que só o PTB de
Jango e de Getúlio pode dar a classe trabalhadora.
Saiba
V. Exª que o salário mínimo, hoje achatado pelo PTB de hoje ao lado do Sarney,
foi criado pelo trabalhismo de Jango e de Getúlio. Que a jornada de trabalho,
que a própria Consolidação das Leis do Trabalho existe, hoje, graças ao velho
PTB.
Mas
não volte a esta tribuna, Ver. Luiz Braz querendo confundir o PTB de ontem com
o PTB de hoje. O PTB de ontem, o PTB antes da Revolução de 1964, o PTB de Jango
é que foi apeado do poder pelas armas, pela força, pela estupidez, pela
ignorância. E Jango morreu no exílio e Brizola, já disse desta tribuna, não
teve o direito de vir ao enterro da sua própria mãe, aqui na sua pátria, porque
exilado estava.
O
PTB de 1964 foi apeado do poder do Ver. Luiz Braz, porque naquele longínquo ano
de 1963 ou de 1964 se apregoava que talvez a inflação ao final do ano
alcançasse a fantástica some de 70% ao ano. Hoje, Vereador, o PTB que apóia o
Governo Sarney convive, neste mês em
que nós estamos vivendo, com a mesma inflação de 70%, não ao ano, mas ao mês, e
o PTB está lá encastelado.
Se
V. Exª examinar a conduta, o caminho, os passos dos líderes nacionais de V. Exª
saberá que eles estão sentadinhos na Mesa do Planalto, ao lado dos poderosos,
contra os interesses da classe trabalhadora.
Saúdo
a decisão de V. Exª e do Ver. Edi Morelli de comporem nesta Casa a Bancada do
PTB, mas não agridam o PDT, Vereador, não confunda a verdadeira história do
trabalhismo aberto ao socialismo democrático com esse balcão de negócios que é
o PTB de Afonso Camargo, de Jânio Quadros e de João de Deus. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança, com o PFL. Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
Comunicação de Liderança não é somente para saudar a nova Bancada, mas, em
primeiro lugar, quero saudar os companheiros que formam legítima e
democraticamente a Bancada do PTB. Evidentemente, não entrarei nessa discussão
de primos, de parentes, PDT e o PTB. Eu sei como é traumatizante abandonar um
partido e ir para outro, porque eu também fiz a mesma coisa, acompanhando na
época o Governador do Estado e o Senador eleito pelo meu Partido original em
1982. E eu sei como traumatizante é isso e as seqüelas, e as feridas que
deixam, mas que no final, tenho certeza, tanto as seqüelas do PTB e do PDT,
como do PFL e do PDS, passarão, porque esses momentos pertencem a História. Não
gostaria de fazer uma injustiça ao Dep. Sérgio Zambiazi, que desde o primeiro
momento colocou a sua origem trabalhista, a sua honestidade e pureza de
propósito e, até o seu intuito de apoiar o Sr. Leonel Brizola para Presidente
da República. Mas as pessoas, por mais ligações que tenham, divergem em
determinado momento, e isso é saudável.
O
ex-Governador Leonel Brizola, ontem ou anteontem, declarava que o PT era uma
cópia, pretendia copiar o PDT em todos os seus Projetos. Dizia S. Exª que ia
dar uns “cascudos” no Lula, ou coisa que o valha. Então, é um ano muito difícil,
um ano de eleições presidenciais, que na verdade darão uma nova fisionomia
política ao País. O meu Partido, por exemplo, a Bancada do Rio Grande do Sul,
já reiteradamente colocou que o Sr. Antônio Carlos Magalhães, por exemplo, não
representa nada daquilo que o Rio Grande do Sul quer. E muito menos o Sr.
Sílvio Santos, que não tem tradição partidária, não só no PFL, como em lugar
nenhum.
Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu queria cumprimentar aqui a Bancada do PTB,
que inclusive já disse a que veio. Já recebi – e creio que representa o
pensamento da Bancada – uma circular do Ver. Edi Morelli, dizendo que votará
contra o imposto que se quer criar: o imposto sobre combustíveis. Com as
posições que tenho visto na tribuna e em entrevistas dos dois membros da
Bancada do PTB, acredito que, somados os 6 votos – 2 da Bancada do PTB, 3 da
Bancada do PMDB, 1 da Bancada do PFL – mais 11 votos da Bancada do PDT, serão
colocados diante da Bancada da Frente Popular, que tem 11 votos, um total de 17
votos, um total de 17 votos. Isto sem contar com os votos da Bancada do PDS,
para discussão e aprovação destes Projetos que criam impostos.
Finalmente,
como a Liderança, não é somente para saudar a nova Bancada que se forma, eu
queria dizer que estou encaminhando um Pedido de Informações porque, hoje, o
Sr. Presidente do PT disse que não sabe de onde vieram os out-doors que
se encontram espalhados pela Cidade. São dois agora. Mas diz que um foi uma
gentileza da Central de out-doors, que o Dr. Caio Lustosa, aqui, chamava
de poluidores e outras coisas mais. Então, esta gentileza de quem fiscaliza os out-doors
é estranha, porque, se o Deputado Raul Pont dissesse que pagou o out-door,
tudo bem, mas não, ele diz que recebeu de presente. E o Ver. Clóvis Brum sabe
quanto custa um out-door, porque era o maior colocador de out-doors
desta Cidade! Mas ele nunca teve uma gentileza destas! Nós chegamos sempre
atrasados. Estas gentilezas, somente o
PT que recebe, e meus cumprimentos a ele que consegue tão gentis amigos na hora
da fiscalização. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, declaro
encerrados os trabalhos.
(Levanta-se
a Sessão às 14h38min.)
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